Penalty virtual leva Juniores a perderem em Penacova

Duas partes distintas foram observadas neste encontro entre duas equipas que queriam ganhar o jogo, o antes e o depois do Penalti.
Comecemos por falar do jogo antes do lance que marcou  definitivamente o jogo. 
Assistimos a um jogo muito bem disputado com duas equipas a praticarem um futsal de grande qualidade, quase a roçar a excelência, com duas formações a jogarem na cara do adversário, primando pela posse de bola e o ataque organizado, variando entre os vários sistemas de jogo, e preferindo nos aspectos defensivos pela defesa mista. Não foi por acaso que ao intervalo se registava uma igualdade a uma bola, resultado que espelhava o equilíbrio da partida.
Na segunda parte manteve-se a tónica dominante da primeira com a nossa equipa a entrar bem no desafio, continuando a praticar um bom futsal, tal como o adversário, podendo o golo pender para qualquer um dos intervenientes. Calhou-nos a nós passarmos para a frente do marcador aos 10 minutos sensivelmente da segunda parte. Era nítida a alegria estampada nos rostos dos jogadores da minha equipa, natural aliás, pois era o corolário de um trabalho intensivo que estes jovens têm feito durante as várias semanas até aqui, e era mais que merecido. A equipa ciente do que de bom tinha acabado de alcançar, na altura, continuou a jogar certinho nas marcações, criando muitas dificuldades ao seu opositor para dar a volta ao marcador. Eis então que surge o episódio que muda completamente o rumo dos acontecimentos. Num lance em que o meu Guarda-redes, defende um remate no solo junto da linha de grande área, e depois de esticar mais a sua perna, resultante do gesto técnico posicional (posição barreirista), toca a bola já fora da área, com o pé, provocando depois o derrube involuntário do adversário. Quando solicitava calma aos jogadores para não questionarem a decisão do árbitro, pois se tinha marcado livre, embora fosse na bola, tudo bem, havia é que nos concentrarmos para defender o lance, o mesmo assinala, para espanto meu, grande penalidade. Fiquei incrédulo, mas como podia um árbitro marcar um penalti numa bola dividida, em que o Guarda-redes toca a bola fora da sua área com os pés, e só depois provoca a queda do adversário. Protestei e mostrei o meu desagrado pela decisão, não só pela injustiça em si que estava a ser feita aos meus jogadores, mas também porque sabia de antemão, com a experiência que tenho, que a partir dali iria perder o controle dos jogadores, atendendo à tenra idade dos atletas, alguns deles ainda juvenis. Há que dizê-lo que o Penalti foi mal assinalado apenas porque o árbitro se encontrava num campo de visão que o induziu em erro, vendo o lance por outro ângulo, uma imagem completamente diferente. O árbitro em questão, que esteve bem na partida até ali, encontrava-se junto ao meio campo, o que lhe dificultou a visão do lance, enquanto eu, estava no banco, perpendicularmente à linha de visão dos acontecimentos. O Miro aproveitou então para empatar a partida, levando à frustração completa dos meus atletas, vi alguns dos meus jogadores com lágrimas nos olhos, visivelmente revoltados com a situação. Como consequência, apesar do apelo à calma que pedia para dentro do campo, entre tanto desespero, segundos depois, repito, segundos depois, sofremos outro golo. Peço então um tempo morto, tento acalmar a revolta que ia dentro da equipa, chamo-os à razão, mas nada resultou. A raiva era tanta que a partir daquele momento, passaram a preocupar-se mais com o adversário, e com as decisões dos árbitros, do que com o jogo.
O que me custa mais, foi ver duas equipas que praticavam um futsal de qualidade, depois de uma má decisão do árbitro, ao assinalar um penalti virtual, ambas deixassem de se preocupar em jogar, praticando um jogo sem critérios, sem organização, dando mais pau que outra coisa, desculpem o termo, comigo e o meu colega do Miro a gesticularmos para dentro do campo para os jogadores terem calma, para jogarem apenas. É verdade que o Miro venceu, mas poderia muito bem ter sido o contrário, pois ambas as equipas estavam de cabeça perdida.
No final registo para o melhor do encontro, a confraternização entre duas equipas que se conhecem bem e que têm laços de amizade.
E no pior, o registo de um penalti que não existiu, e que só foi marcado porque o árbitro estava mal posicionado na altura do lance e que mudou completamente o cariz do jogo, não pelo golo sofrido, ou o golo marcado, mas pelas consequências que uma decisão destas provoca em jovens que ainda não têm a maturidade suficiente para sustentarem e reagirem de cabeça fria a uma injustiça destas.
Fica na retina um grande jogo de futsal praticado por duas boas equipas até aos 10 minutos da segunda parte. 
Parabéns ao Miro pela vitória.

Ficha de Jogo:
Pavilhão Municipal de Penacova
Campeonato de Juniores: jornada 3
Miro 6 - 4 LM Nogueira do Cravo
Marcadores:
Tiago Garcia, 1ª parte
Tiago Garcia, Tiago Gomes, Nuno Borges, 2ª parte
Equipas:
LM Nogueira do Cravo: Filipe Henriques (gr); Gonçalo Santos (universal); Jorge Brites (ala/pivot); Filipe Lopes (ala); Tiago Garcia (pivot)
Substitutos utilizados: Tiago Gomes (ala); Edgar Lopes (ala/pivot); Nuno Borges (ala)
Treinador: João Jorge

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